sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Poesia - O Catador

O Catador de

Um homem catava pregos no chão.Sempre os encontrava deitados de comprido,ou de lado,ou de joelhos no chão.Nunca de ponta.Assim eles não furam mais - o homem pensava.Eles não exercem mais a função de pregar.São patrimônios inúteis da humanidade.Ganharam o privilégio do abandono.O homem passava o dia inteiro nessa função de catar pregos enferrujados.Acho que essa tarefa lhe dava algum estado.Estado de pessoas que se enfeitam a trapos.Catar coisas inúteis garante a soberania do Ser.Garante a soberania de Ser mais do que Ter.